
Desde que Whole Lotta Red saiu, eu já esperava que o Playboi Carti fosse continuar nessa linha mais experimental, mas Music me pegou de surpresa. Esse álbum é um mergulho ainda mais profundo no caos sonoro que ele tem explorado, misturando trap, punk, eletrônico e até um pouco de industrial.
1. Produção e Sonoridade
O que mais me impressionou em Music foi a produção. Tem momentos em que o som parece meio sujo de propósito, quase como se tivesse sido gravado de um jeito mais cru, mas quando eu presto atenção nos detalhes, percebo que tudo foi pensado para criar essa atmosfera caótica.
Destaques sonoros que me chamaram a atenção:
- Batidas que parecem vir de outro planeta, muitas vezes minimalistas, mas super impactantes.
- Sintetizadores pesados, meio metálicos, que deixam o som ainda mais sombrio.
- O uso do autotune como um instrumento, distorcendo a voz dele de jeitos inesperados.
Se eu tivesse que escolher algumas faixas que resumem esse estilo, seriam “BACKR00M”, “IMMACULATE” e “XMAN”. Essas músicas me fizeram sentir que estava ouvindo algo totalmente novo.
2. Temática e Letras
Eu nunca ouvi Carti esperando grandes letras ou histórias complexas. O que importa aqui é a vibe. Ele continua falando sobre luxo, drogas, estilo de vida e aquela persona quase mística que ele criou. O diferencial está na entrega vocal: às vezes ele murmura, às vezes grita, às vezes parece que está em transe.
- Em “XMAN”, ele está no modo mais agressivo e egocêntrico possível.
- “THE WEEKND” (com o próprio The Weeknd) tem uma pegada mais sombria e melódica.
- “WHOLE WORLD” me pareceu mais introspectiva, mas sem perder aquela energia caótica.
No fim das contas, as letras são só um complemento. O que me prende de verdade é a atmosfera que ele cria com a voz e a produção.
3. Impacto Cultural e Estilo
Desde que Carti apareceu, ele tem sido um dos artistas mais influentes na estética do trap. Music leva isso a outro nível. O jeito que ele brinca com os sons, a imagem dele cada vez mais gótica e cyberpunk, tudo isso faz parecer que ele está sempre um passo à frente.
Eu vejo esse álbum como algo que pode dividir a galera: ou você entra na loucura junto com ele, ou acha tudo muito estranho.
4. Recepção e Crítica
Eu já esperava que Music fosse dividir opiniões, porque é o tipo de álbum que não tenta agradar ninguém. Assim como aconteceu com Whole Lotta Red, tem gente que estranhou na primeira audição, enquanto outros já chamam de obra-prima.
Algumas reações da crítica que eu vi:
- Pitchfork achou inovador, mas comentou que falta estrutura tradicional nas músicas.
- Rolling Stone chamou de “um passo ousado para o futuro do hip-hop”.
- NME elogiou a produção, mas disse que algumas faixas podem ser experimentais demais.
Particularmente, eu gosto quando um álbum me desafia, e Music fez isso. Pode não ser um projeto perfeito, mas definitivamente não é algo que vai ser esquecido rápido.
Conclusão
Se você já curtia Whole Lotta Red, acho que vai gostar desse também. Mas se esperava algo mais acessível, talvez estranhe um pouco. Para mim, Music é mais uma prova de que Playboi Carti não liga para seguir tendências – ele prefere criar as dele.